Linhas de pesquisa

Etnologia e Povos Originários das Américas

Em vinculação ao Programa de Pós Graduação em Antropologia (PPGA) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), esta linha de pesquisa é desenvolvida por pesquisadores/as que realizam estudos etnográficos com sociedades indígenas e afro-indígenas nas Américas. Abarca estudos sobre diversos aspectos das culturas e sociedades dos povos indígenas contemporâneos; sobre seu engajamento e resistência frente aos processos de expansão do capitalismo, e as relações entre as escalas locais, nacionais e globais nesses processos. Assim, inclui estudos que contemplam processos de territorialização, apropriação do território e lutas pelo reconhecimento de direitos.

Ontologia, linguagem e comunicação

Por meio dessa linha de pesquisa abordamos, de modo interdisciplinar, os fenômenos linguístico-comunicativos a partir de uma perspectiva antropológica. Parte-se de abordagens etnográficas, contextuais e comparativas, para entender as dimensões culturais e ontológicas evidenciadas pela linguagem através de gêneros discursivos, performance cultural, artes verbais e multimodais, educação escolar indígena, modos de comunicação, tradução e interação com seres humanos e não humanos. Busca-se assim refletir sobre os modos de contraposição decolonial (políticas, micropolíticas e cosmopolíticas) dos povos ameríndios através de suas vozes, poéticas, memórias e discursividades aos processos de glotossídio, monolinguísmo, epistemicídio e a todas das formas de intolerância e discriminação linguísticas

Intercuturalidade crítica na Saúde Indígena

Por meio dessa linha de pesquisa abordamos, de modo interdisciplinar, as assimetrias e tensões ontológicas, políticas, micropolíticas e cosmopolíticas das zonas de contato,tradução e choqueentre sistemas médicos indígenas e a biomedicina. Os estudos enfocam as relações entre intremedicalidade, xamanismo, conflitos coloniais através da descrição e análise de itinerários terapêuticos, saúde e ambiente, corporalidades, gênero e saúde, discurso xamânico, vida ritual e saberes etnobotânicos e farmacológicos. Busca-se também entender as formas de efetivação e os problemas em torno da saúde, comunicação e controle social interculturais no Brasil, no âmbito do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI-SUS), e também em outros países da América Latina.

Micropolítica, política e cosmopolíticas ameríndias na América latina

Por meio dessa linha de pesquisa buscamos compreender como os mundos vividos, as práticas, as epistemologias, assim como as maneiras de estabelecer relações articulam os multiversos das mobilizações indígenas na América Latina. Acompanhando os entrelaçamentos históricos e as ontologias onde as formas de fazer e saber indígenas se desenvolvem e objetivam – como “bom viver”, “autonomia”, “retomada”, “minga”, “feminismo comunitário”, “feminismo indígena”, entre outras –, buscamos estudar sua relação com as categorias críticas de política, micropolítica e cosmopolítica. O objetivo é traçar relações de saber simétricas sobre os alcances do que os indígenas estão propondo, assim como entender isso não apenas como parte dos mundos indígenas, mas também de um debate para repensar a antropologia e formas outras para nos relacionar com o(s) mundo(s) compartilhado(s).